Jovem envolvida em polêmica com vereador se pronuncia sobre caso. Vereador dá a sua versão
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Greice Bittencourt |
Na quinta-feira, a jovem Greice Bittencourt, que é cadeirante, e trabalha no Bolsa Família, acabou se envolvendo em polêmica com o Vereador Rômulo Farias (PSB). Greice diz que o vereador ligou para o seu local de trabalho, o Brandão Jr. querendo falar com a gestora e orientadora do Bolsa Família, Tatiana Ribeiro. Como ela não estava, o telefone foi passado a Greice que foi questionada pelo vereador se ela sabia que lá existia uma cadeirante e que a colocavam na porta para evitar que as pessoas recebessem mais que 30 fichas do Bolsa Família.
“Disse a ele que a pessoa era eu e ele passou a me dizer diversos absurdos e que, inclusive estaria sendo usada pela Prefeitura. Achei isso um desrespeito pessoal”, disse a jovem que registrou um BO contra o vereador. “Ele disse que tinha filmagens minhas trabalhando no local e que estariam me observando. Isso me irritou”, frisou.
Mais tarde, a jovem emitiu em seu facebook o seguinte comunicado:
“PEÇO AQUELES QUE IRÃO LER, QUE LEIAM ATÉ O FINAL
“PEÇO AQUELES QUE IRÃO LER, QUE LEIAM ATÉ O FINAL
Boa noite, acho que tem bastante gente esperando pela minha pronuncia. Nunca foi do meu perfil me promover a custa de polêmicas e muito menos da minha condição física. Muito pelo contrário, desde muito cedo aprendi a tomar minhas decisões, minhas posições e arcar com as consequências dessas escolhas. Nunca me interessou privilégios por ser uma cadeirante, aliás quem por algum motivo, alguma vez pensou dessa forma, não deve saber o que é ser deficiente físico. Porque não creio que há algum privilégio nisso. Nunca durante todos esses anos me aproveitei ou deixei-me usar dessa condição para nada. Sempre estudei em escolas consideradas normais, sempre em classes normais e assim fui fazendo a minha própria inclusão. Pouquissímas foram às vezes que usei da prioridade em filas, do uso das cotas. Tudo isso que é direito meu e de todos os deficientes, por lei. Desculpem aqueles que não tem vontade, coragem, dignidade de levantarem a cabeça e lutarem pelo seu espaço. Tudo isso por esforço próprio, por meus méritos, por merecimento. E não por se promover a custa de episódios, desentendimentos, acusações e até denúncias que são feitas por pessoas que lamento dizer, mas não percebem que estão sendo usadas e manipuladas. Querem dizer que sou deficiente física que digam, até porque meu senso de humor permite lhes dizer que esconder uma cadeira de rodas é bem complicado, mas digam isso COM RESPEITO. Porque não é preciso ser uma estudante de Direito como sou, para saber que o artigo 5º da Constituição Federal, a nossa famosa e suprema Carta Magna que rege à todos nós mesmos numa hierarquia, do cidadão ao vereador (que não passa de um cidadão que ocupa momentaneamente um cargo ) diz o seguinte: "TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, GARANTINDO-SE AOS BRASILEIROS E ESTRANGERIOS RESIDENTES NO PAÍS, À INVIOLABILIDADE DO DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA, NOS TERMOS SEGUINTES. Bom com esse trecho da Constituição, eu não precisaria falar mais nada sobre esse assunto e até mesmo colocar um ponto final nessa história. Mas o que me trouxe até aqui, foi uma sequência de ações e repercussões. Por isso continuo, mas na esperança de alertar as pessoas para uma grande verdade. No nosso caminho sempre irão surgir pessoas com a intenção de nos praticar o bem, de zelar por nós. E outras tantas que nos passam essa idéia, mas que não tem pretensão alguma a não ser, se promover as nossas custas. Para notar isso basta observar as horas "oportunas" em que essas pessoas aparecem. Acima de tudo, aprendi que devemos respeitar as pessoas, aceitar as suas diferenças, inclusive saber que elas são LIVRES para pensarem o que quiserem, expressarem sua vontade, sua escolha, tudo dentro da lei e muito mais que respeito, isso é DEMOCRACIA. Quando resolvi e fui orientada a fazer o boletim de ocorrência, não foi por ter sido chamada de deficiente por que quem quer que seja, até mesmo porque não me importa o que esse ou aquele pensa a respeito de mim, talvez se eles voltassem no tempo e vivessem terça parte do que vivi e parassem em uma cadeira de rodas, eu os daria credibilidade pra falar sobre esse assunto ( até porque nessa matéria eu sou PÓS GRADUADA). Tornei pública a minha queixa, pela indignação que tenho ao ver que as pessoas se projetam de tão pouco. Elas tem condições, ou cargos para serem reconhecidas de maneira mais "saudável" eu diria. Quero que as pessoas saibam e aprendam a reconhecer quem cresce e aparece pelo que faz de produtivo pelos outros, pelas coisas construtivas, pelos projetos, conquistas, leis editadas, aprovadas. E não por pura e simples intriga de oposição. Não é preciso ser sociólogo para entender que quem gosta de trabalhar pelo povo, tem isso como objetivo não principal, e sim ÚNICO. Independente de bandeira e do que for. Quero e espero muito, que quem for que seja, um dia tenha a oportunidade de conhecer um lugar semelhante ao que eu cumpro estágio. Quero que essas pessoas passem uma manhã atendendo a comunidade e não aos seus afetos, que atendam 60,70 pessoas por dia. E não suas fichas marcadas, é porque lá não tem como mandar alguém dizer que não estamos. Quero que além destes, atendam também seus desafetos de forma imparcial. Falo daqueles que por muitos são conhecidos como povão e reproduzo essa palavra com a convicção de que povo pra mim são essas pessoas que trabalham sol e chuva para se manterem, pais de família que se sacrificam para sustentar seus filhos, que cobram o que lhes é de direito e não que dependem de favor de quem tem ou não o poder. Me refiro a povão, porque muitos desses tem mais educação e respeito que pessoas formadas, de profissão e principalmente de renome. Considero o Bolsa Família e a Secretaria de Saúde, além de lugares que prestam serviço á comunidade, lugares de muita aprendizagem. Ninguém procura saúde porque esta bem, nem procura bolsa família satisfeito com dinheiro que tem. Todo mundo que chega nesse tipo de serviço, vai em busca de uma resposta. De uma solução. Pessoas que ás vezes tem problemas graves, que exigem uma atitude imediata. Confesso é muito delicado, é de extrema responsabilidade lidar com os problemas de uma família inteira, famílias que muitas vezes se encontram em estado de vulnerabilidade social. Por mais que não tenhamos uma resposta imediata, orientamos constantemente o caminho a seguir. Por essas e outras, que considero uma grande aprendizagem lidar com pessoas que por vezes se encontram em um estado de necessidade extrema. Ter a oportunidade , mesmo que indireta, de poder ajudar quem precisa independente de raça, cor, sexo, e posição política, é muito, mas muito GRATIFICANTE. Claro para quem tem por objetivo maior o bem estar de sua comunidade. Pode ser ilusão minha, mas quem deseja esse bem universal, deveria deixar de se colocar em primeiro lugar na lista de prioridades, ou então pra piorar acima dos outros. Não tenho intenção alguma de retratação, ou então passar imagem de vítima em qualquer história que seja. Nem tem porque isso, SOU EU SIM a cadeirante, ou melhor, a deficiente que trabalha na secretária de SAÚDE, que atende no Bolsa Família. O que deve incomodar alguns, é que nunca precisei pedir ajuda para isso ou aquilo. Tudo que conquistei foi por direito e estou onde estou porque tenho competência para aproveitar as oportunidades que recebo. Ao invés de entrar em méritos, vamos olhar ao redor e vermos a inclusão que queremos. Escolas especiais para deficientes, e escolas padrão para os considerados normais. Isso não é inclusão e nunca foi e nem será em lugar algum. Portanto ao invés de criar polêmicas e de duvidar da capacidade de quem quer que seja, vamos usar do poder que temos para exigir que as empresas cumpram o que lhes é determinado em lei. Vamos exigir a inclusão dos deficientes no mercado de trabalho, no comércio. Porque por mais que os benefícios auxiliem nas custas, não trás nem menos nem mais DIGNIDADE Á NINGUÉM. Se a função é fiscalizar, vamos começar. Eu ajudo, posso começar mostrando a condição das calçadas, das rampas que existem por obrigação, não por utilidade. Se o dever é representar o povo, vamos fiscalizar realmente. Ao invés de irmos para plenários discutirmos questões partidárias, vamos elaborar projetos e aprová-los para obrigar nossos comerciantes a adaptarem suas lojas, para evitarem que os cadeirantes escolham suas roupas no lado de fora na calçada, por falta de acesso. Proponho aqueles que acham que deficientes sejam uma classe á parte, que sentem em uma cadeira de rodas, que usem muletas, que vendem os olhos, que subam e desçam degraus, atravessem a rua onde muitos motoristas não respeitam o tempo que cada um tem para chegar no outro lado. E depois sim, sintam-se devidamente capazes de falar ou até mesmo julgar a condição física de QUEM FOR. Sejam deficientes físicos, sejam estagiários se for esse o problema. Mas sejam com dignidade de chegar todos os dias cedo no serviço e olhar na cara do povo, de explicar como as coisas funcionam inúmeras vezes, de orientá-los e recebê-los com um sorriso no rosto, porque um dia poderá ser nós que nos encontraremos do outro lado. Olhe nos olhos de quem um dia lhe disponibilizou confiança. E que esperava atitudes e não apenas intrigas e averiguações. DIGO E REPITO PARA QUEM QUISER SABER, estou de consciência limpa, tranquila e feliz eu continuarei acordando todos os dias, cumprindo meu dever de funcionária, atendendo ao povo seja na sala, ou seja, quando me atacam nos corredores. Com a mesma simpatia, com a mesma alegria de sempre. Porque eu tenho certeza que não há quem se apresente dizendo que algum dia eu faltei com respeito e consideração pelo povo que atendo. Á todos aqueles que me conhecem, aos que não me conhecem também, aos mais próximos e aqueles que se aproximaram devido a esse fato, o meu muito obrigada. Não é sensacionalismo, é simplesmente mostrar a verdade nua e crua dos fatos. Cito aqui alguns que sendo citados representarão todos os demais, minha gestora e orientadora Tatiana Ribeiro, ao secretário de Saúde, Paulo Fernando Forgiarini, a toda galera do bolsa família, aos colegas da Secretaria da Saúde, ao Marcelo Ribeiro, ao Dr Augusto Solano Lopes Costa, ao meu querido ex-secretário Dr Guilherme Medeiros, ao Marcel da Cohab (que me surpreendeu pelos conselhos, pelo forma como me tratou), ao Uilian Pacheco e reiterando digo que ao citar esses, sintam-se todos os demais representados, certo dona Dani Moreira Benedetti, Cleber Fernando, Marko Saldanha. Enfim aqueles que conhecem um pouco de mim que os torna convictos da pessoa que sou, o meu MUITÍSSIMO OBRIGADA!
Vereador diz que críticas são apenas ao governo
Vereador diz que críticas são apenas ao governo
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Vereador Rômulo Farias (PSB) |
“É um absurdo darem apenas 30 fichas por dia”, com esta declaração, o vereador Rômulo Farias deu a sua versão do ocorrido
Farias primeiramente, diz que não tem nada contra Greice que acha a jovem muito competente e, inclusive admira seu trabalho.
“Não temos problema com a moça, pelo contrário, achamos ela muito competente na função que desempenha de proceder os cadastros. O problema é o desrespeito desta Administração que com 6 funcionários no local, cadastra apenas 30 fichas por dia. O que fazem o resto do dia?
Acho um desrespeito com as pessoas que vêm do interior que têm dificuldade ao se dirigir ao cadastro do Bolsa Família, aliás, o interior está revoltado com este governo. Temos filmagens sim, que em breve virão à tona na imprensa que demonstram o quão mal feito é o serviço no local. Esta é apenas a nossa indignação. Os próprios funcionários alegam que não tem roteiro de trabalho, ontem, inclusive estivemos no local para conferir o andamento do serviço, fazendo a nossa função de vereador. Quando os vídeos vierem a público, as pessoas irão saber do que falo. O caso é grave, tem gente de carro do ano ganhando bolsa”, declarou.
O vereador disse ainda que a menina deve ter todo o cuidado para não se deixar ser usada para manobra política. “Tentaram usar esta jovem para que ela fizesse o BO contra mim, mas peço a ela que fique atenta porque é característica destas pessoas usarem os outros e depois descartarem. Sei sim de fonte segura e imagens que provam que colocaram a menina na porta alegando que como ela estava numa cadeira ninguém ia passar por cima e tentar fazer mais fichas. Isso sim é um desrespeito”, finalizou.
Sei de como é a rotina de trabalho no cadastro, tanto do Bolsa Família, como no CADUNICO, bem como qualquer programa de cadastro onde temos varias etapas (janelas) a serem preenchidas, mais a conferência da documentação, a orientação e explicação o porquê daquela documentação obrigatória. De nada adianta fazer UM MONTE DE CADASTRO se não o fizer corretamente, assim quem perde é a própria população, pois acabará tendo que se recadastrar.
ResponderExcluirTODAS as pessoas que trabalham com público sabem que se faz necessário a orientação quanto ao que se esta fazendo, como, prazos, valores, condições e exigências dos programas, a população tem o direito de receber estas informações e isso não se faz em segundos, sabemos da dificuldade de entendimento, por isso fizemos com calma, para evitar erros e futuras reclamações quanto ao serviço “mal feito” ou ao “mal” atendimento à população.
Foi de uma infelicidade o ocorrido, usar tanto a deficiência motora da funcionária como a população rural para atacar o governo, demonstra o desespero em que se encontra o cenário político em nosso município. Porque não usar da função para propor projetos que beneficiem a população. Criticar é fácil. Já teve oportunidade de fazer melhor, tem experiência, porque não usar a favor da população. Ao invés de escandalizar, por que não sugestionar uma solução.
A população do interior sabe muito bem, e na maioria das vezes é bem mais informada que a população urbana, quanto aos prazos e exigências do Programa e não há necessidade nenhuma de polêmica. Através dos meios de comunicação são divulgados rotinas de trabalho, prazos e períodos de cadastro e recadastro, não há necessidade, repito, de polêmicas ou tumultos.
Fica aqui o meu comentário pelo ocorrido. Meg
tudo politicagems tanto da greici quanto do romulo
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