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Cortejo fúnebre leva corpo de Chávez à Academia Militar

O cortejo fúnebre do presidente venezuelano Hugo Chávez começou no final da manhã desta quarta-feira pelas principais ruas de Caracas, capital da Venezuela O corpo saiu do hospital em que Chávez estava internado e será levado à Academia Militar e exposto ao público.
O caixão, coberto pela bandeira venezuelana, apareceu na entrada do hospital e, apoiada nele, estava a mãe do falecido, Elena Frías, chorando desconsolada ao som do hino nacional venezuelano. 
Na próxima sexta-feira, às 10h (11h30 horário de Brasília) está marcada uma cerimônia fúnebre oficial, na qual deverão comparecer presidentes e chefes de Estado. O local do enterro ainda não foi divulgado.
A Venezuela decretou sete dias de luto oficial e que, além da suspensão das atividades do setor público, as atividades escolares em todos os níveis em instituições públicas e privadas ficam suspensas até o final desta semana.

Comoção nas ruas de Caracas
Em meio à dor e às lágrimas, centenas de simpatizantes do presidente venezuelano se dirigiram nesta manhã aos arredores do hospital militar de Caracas para se unirem ao cortejo fúnebre.
— O que posso dizer, estou muito triste — afirmou Isabel Febres, que chorava inconsolável observando um retrato de Chávez com sua faixa presidencial, enquanto esperava a transferência do falecido presidente nos arredores do hospital, fortemente protegido por militares da Guarda Nacional Bolivariana, vestidos de verde e portando capacetes e escudos.
Assim como esta mulher, dezenas de chavistas vestidos com o vermelho do governismo, portando bandeiras da Venezuela e imagens com o rosto de Chávez, se dirigiram desde cedo ao hospital onde o presidente morreu com 58 anos na terça-feira depois de lutar contra um câncer por 20 meses.
— Quero me despedir porque ele era um homem bom que deu tudo pelos mais pobres — afirmou chorando Iris Dicuro, de 62 anos, que saiu de Puerto La Cruz, no nordeste da Venezuela, para acompanhar o cortejo.
Vestida com uma camisa vermelha, ela acrescentou:
— Ele me fez muito bem, eu gosto muito dele, tenho minha saúde por ele, pelos médicos cubanos que trouxe.
Muitos dos simpatizantes do governante, choravam a perda de seu líder e liam o jornal governista "Cidade Caracas", que na primeira página mostrava uma fotografia do presidente junto à frase "Até a vitória sempre, comandante Chávez!".
— Venho expressar meu último adeus ao meu presidente. Não haverá outro como Chávez, é o maior homem que já nasceu nesta pátria. Não dormi a noite toda pensando no que aconteceu — disse José Gregorio Conde, 34 anos, que trabalha em uma escola.
Apesar da dor demonstrada no rosto dos chavistas, muitos afirmam que continuarão o legado de Chávez, que governou desde 1999, e que defenderão sua vontade de eleger o vice-presidente Nicolás Maduro nas eleições que devem ser convocadas em um prazo de 30 dias.
— Se Deus quiser, vamos continuar a última vontade de meu presidente e votaremos em Maduro, não podemos deixar que tudo se perca, o que ele conquistou, nos dar educação, casas novas, alimentos... tantas coisas que fez — disse Mairis Briceño, 21 anos, em cuja camiseta vermelha havia uma foto de Chávez abraçando uma idosa junto à frase: "Amor com amor se paga".
— Se ele (Chávez) o escolheu (Maduro) é porque sabe que pode fazer algo de bom pela Venezuela — disse seu marido Aldemar Castro, um pedreiro de 29 anos que confessou que lhe faltavam palavras para expressar seus sentimentos, razão pela qual colocou uma camiseta com a frase: "Chávez sempre viverá em meu coração".

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