Textículos do Mário Mércio
Mário Mércio
Colunista do blog
Cantada
A cantada virou assédio. E como é moda no “primeiro mundo” virou crime. Fomos a uma churrascaria na Serra Gaúcha e logo vimos (como bons fronteiriços) que nem tudo que reluz é filé mignon. Tem muita carne de pescoço com amaciante sendo assada.
Todo mundo quer imitar tudo. Liquidação agora é ”on sale”, abatimento é “off”. Primeiro mundo é “first world” e assédio sexual é “harassing”. A “bolina” já virou tara. Não precisava virar lei, pois a simples aplicação do Código Penal já era suficiente.
A cantada hoje chamada de assédio era o esporte nacional enquanto cantada. Agora é crime, ou seja, mão boba do chefe na subordinada. Um carnaval sem a cantada não é carnaval. Um barzinho sem cantada não é o mesmo “barzinho” de antigamente. A mulherada vai ao bar, ao shopping e a boate para encontrar uma boa cantada, um flerte. Tudo isso virou assédio.
Os jovens chamam de “ofensiva contra o romantismo” e elas afirmam que do jeito que está, os homens retraídos assim, a cantada ainda é o que eles tinham de melhor para oferecer.
A cantada ou assédio é bom para todo mundo. Aceita quem está a fim, repele quem não está interessado.
Não seria incomum o flagrante de um suspirante “papinho” entre duas “uvas passas”, coroas já um tanto saudosas de um sexual harassment:
-Já foi assediada hoje querida?
-Não, mas tenho esperanças!
-Mas você não precisava sair assim, mostrando as coxas, os seios e este bumbum transparente!
-Queridinho, se não boto na vitrine, a carne fica pendurada no gancho!
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