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"Aqui nos sentimos estrelas de Hollywood", diz Juliana Paes sobre gravar em São Gabriel

Desde o início de fevereiro, o Rio Grande do Sul tem servido de locação para as gravações do prólogo e da primeira fase de A Dona do Pedaço, novela da Globo escrita por Walcyr Carrasco que será exibida pela RBS TV na faixa das nove, em maio. Três municípios receberam a equipe e o elenco do folhetim: Jaguarão, Jaguari e, até o dia 10 de março, São Gabriel. As localidades gaúchas compõem a cidade fictícia de Rio Vermelho, no Espírito Santo.
A chegada dos atores globais causou frenesi nas cidades em que ficaram hospedados. Os protagonistas da novela, Juliana Paes e Marcos Palmeira (viverão Maria da Paz e Amadeu, respectivamente), foram os mais assediados. 
Enquanto o galã era perseguido por populares ao realizar sua corrida em Jaguari, promovendo uma maratona involuntária, a atriz inspirou um fã a utilizar uma caixa de som e microfone na frente do hotel em que se hospeda, em São Gabriel, para chamá-la cantando músicas românticas. 
Juliana é o principal alvo dos gabrielenses que passam horas próximos à porta do hotel, ansiosos por uma selfie.
– É uma delícia. A gente sente esse calor humano. Esse termômetro, na verdade. Quando você está no eixo Rio-São Paulo, é diferente. Tem o assédio, pedem para tirar foto, mas não chega perto dessa gritaria e comoção que vira aqui. Aqui nos sentimos estrelas de Hollywood. É muito divertido. Às vezes dá um pouco de angústia, pois não conseguimos atender todo mundo. Eu adoraria dar um beijo e tirar foto com cada uma das pessoas que ficam na frente do hotel, mas não consigo atender – conta Juliana, em um intervalo das gravações. 
Genézio de Barros, que vive o pai de Juliana na novela, teoriza:
– Às vezes, a televisão é a única forma de entretenimento nas pequenas cidades. Trata-se de uma manifestação espontânea. É uma coisa rica esse retorno.
Juliana, a protagonista da novela, se diz encantada com o Estado. Em sua conta no Instagram, é comum postar imagens de paisagens e flores locais:
– As paisagens que a gente vê aqui, não estamos acostumados. A luminosidade e a vegetação são diferentes. As flores são diferentes. O povo do Sul é de uma educação e approach diferenciado, menos invasivo, e isso toca o coração da gente – destaca.

Elenco ressalta carinho e respeito do público
As paisagens também chamaram a atenção da atriz Ana Barroso.
– Tem essa coisa que se assemelha a um longa-metragem, pois tira a gente da cidade cenográfica e nos joga em outro mundo. Demos a sorte de ser neste lugar lindo – sublinha Ana. – Tenho a impressão de que aqui é outro tempo. 
Maeve Jinkings, que será Zenaide, destaca as vantagens de viajar e gravar externas em diferentes pontos do Brasil:
– Um dos maiores privilégios desse ofício é você poder ir até onde outras vidas se dão, conhecer outras perspectivas. Isso aqui é outro Brasil, e é um privilégio poder conhecer.
O trabalho no Estado gera a adesão a hábitos gaúchos. Caso da diretora artística, Amora Mautner:
– Eu amo chimarrão. Tomo umas duas vezes por semana, em casa, quando estou lendo. É um hábito para mim, desde quando meu ex-marido, Marcos Palmeira, me mostrou. Desde que cheguei aqui, tenho tomado os melhores chimarrões da minha vida. Estou mais viciada ainda (risos). 
Genézio também foi pelo mesmo caminho, tendo comprado uma cuia (que ele chamou de “cumbuia”, mas está perdoado) e bomba. Na quarta-feira em que conversou com a reportagem, havia ganhado uma boina e pretendia ainda adquirir uma bombacha e chapéu.
– O carinho do povo gaúcho é muito reconfortante, nos sentimos em casa. 
O gaúcho é muito respeitoso e educado – diz o ator.
Nívea Maria, que já havia passado pelo Estado quando gravou a minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003), destaca outros elementos além da hospitalidade:
– O gaúcho é carinhoso e receptivo. A carne é muito boa. Não sou muito de vinho, mas vocês têm vinhos fantásticos também (risos).
Quando a atriz Fernanda Montenegro passou mal em Jaguari, no dia 19 de fevereiro, o comportamento da população chamou a atenção do ator Luiz Carlos Vasconcellos.
– Eu pedi na porta do hotel que as pessoas fossem embora para suas casas e não fizessem foto nenhuma. Era um momento difícil. Todos entenderam e saíram. Onde você vê isso? Foi muito respeito. Só tenho imagens boas – elogiou.

Fonte: jornal Zero Hora
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