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Caso Gabriel: Encontradas marcas de sangue em segunda viatura da Brigada Militar

Na tarde de hoje, 1º de setembro, a Polícia Civil do Estado dará coletiva no Palácio da Polícia, a partir das 15 horas para revelar o inquérito policial do Caso Gabriel, que completa três semanas do ocorrido nesta sexta. Mas detalhes do Inquérito Policial Militar (IPM) realizado pela Brigada Militar foram revelados nesta quinta e o principal deles é o encontro de marcas de sangue em uma segunda viatura que teria sido usada na madrugada de 13 de agosto.
Segundo o inquérito, revelado em reportagem da RBS TV veiculada nesta quinta no Jornal do Almoço, uma segunda viatura que circulou na região e que pertenceria à Patrulha Ambiental, circulou entre 3h42 e 4h16, tomando um caminho rumo ao Tiaraju, mas que na realidade, teria percorrido uma estrada de chão batido que chegaria no açude onde foi encontrado o corpo de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos. Este pode ser o momento em que o corpo pode ter sido deixado no local, o que ainda precisa ser respondido.
Exames de perícia feitos no veículo indicaram manchas de sangue no piso do porta-malas. Além disso, oito policiais que estavam de serviço na noite do crime tiveram seus celulares apreendidos. O IPM detalha ainda que um dos policiais ligou para o Sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen por três vezes, entre 4 e 5 horas da manhã de 13 de agosto. Os celulares estão com o Núcleo de Perícias do Ministério Público, que participa das investigações do caso.
O IPM também detalhou a causa da morte de Gabriel, com o resultado da necropsia e da hemorragia que provocou a morte do jovem. Ele teve morte por choque hipovolêmico (quando se perde grande quantidade de líquidos e sangue, causado por grave ferimento e que leva a morte em questão de instantes) causado pelas agressões sofridas ao ser levado para a viatura. Confira:
“Abertura da cavidade pericárdica mostra presença de grande volume de sangue acima do coração migrando da região cervical e abertura do coração mostra sinais de coágulos dentro da cavidade e dos grandes vasos acima. Prosseguindo com a dissecção para cima vemos sinais de lesões traumáticas de vasos cervicais com rupturas vasculares principalmente em ramos vertebrais a esquerda, e vasos cervicais anteriores, mas com extensão de sangramento e envolvimento de tecidos musculares com infiltrado hemorrágico em meio a musculatura cervical e com acúmulo de sangue bilateralmente no pescoço (imagem 4) e grande volume de sangue presente em ambas as cavidades pleurais por drenagem da região cervical e sinais de dissecção pelo avanço do conteúdo hemático.”
Na sequência, o perito do IGP conclui o resultado da necropsia:
“O Laudo Pericial nº 220040/2022, de 20 de agosto de 2022, onde materializado o exame cadavérico de GABRIEL MARQUES CAVALHEIRO, excluiu definitivamente a possibilidade de morte por afogamento apontando a causa mortis por choque hipovolêmico secundário a trauma por objeto contundente em região cervical que provocou ruptura de vasos cervicais levando a um grande sangramento com drenagem para a cavidade torácica, dando conta, portanto, que as agressões praticadas contra a vítima, conforme relatos testemunhais, perpetradas junto à região superior do corpo (cabeça, pescoço) foram a causa determinante do óbito de GABRIEL.”

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