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Teor de mensagens trocadas por PMs presos deixa pais de Gabriel estarrecidos

Os pais do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, morto após abordagem da Brigada Militar em São Gabriel, reagiram à revelação de mensagens trocadas por três policiais presos. O conteúdo foi revelado com exclusividade pela RBS TV nesta quarta-feira (31).
"Eles estão estarrecidos", diz a advogada da família, Rejane Igisk Lopes. Rejane ainda completa:
"Pelo conteúdo das mensagens de whatsapp divulgadas na mídia, se percebe que as conclusões policiais estão no caminho correto. E, que agora, se deve aguardar a continuação das investigações e posterior conclusão do inquérito pra que sejam tomadas as providências judiciais cabíveis. O meu objetivo é defender os interesses da família do Gabriel", concluiu.
A mãe, Rosane Machado Marques, e o pai, Anderson da Silva Cavalheiro, estão em Guaíba, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre onde vivem. Abalada, a família não está atendendo a imprensa.
As conversas entre os agentes mostram que eles chegam a brincar com o desaparecimento e mostram preocupação com as buscas ao corpo. Parte das mensagens foi apagada, mas o conteúdo foi recuperado pelo núcleo de inteligência do Ministério Público.
A troca de mensagens é considerada uma das provas fundamentais na investigação, mas ainda há perguntas a serem respondidas. As principais são em que momento o corpo de Gabriel foi colocado dentro do açude e por que, já que a viatura ficou parada por pouco mais de um minuto durante a madrugada, tempo considerado insuficiente para que o corpo fosse levado até aquele ponto.
O inquérito da Polícia Civil com esses detalhes deve ser finalizado nesta quinta-feira (1º). Na investigação militar, os três policiais foram indiciados por homicídio qualificado, falsidade ideológica e ocultação de cadáver.
 
O que dizem as defesas:
Sobre a troca de mensagens, o advogado Ivandro Bittencourt, que defende o sargento Jacobsen, afirmou ao site G1 que o cliente é inocente e que só foi atrás das imagens porque pediram. Ele também disse que não perguntou ao cliente o motivo dele ter apagado as mensagens. Sobre ter acompanhado as buscas a Gabriel enquanto ele estava desaparecido, disse que foi "por preocupação".
A advogada dos soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso, que é citada nas conversas, foi procurada pela reportagem do site G1, mas não atendeu as ligações.

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