Ansiedade no ambiente acadêmico | Desafios e impactos são discutidos durante palestra na Unipampa
Nesta quinta-feira, dia 5, a Universidade Federal do Pampa
(Unipampa) recebeu a médica Dra. Leonária Bernardo, pós-graduada em Psiquiatria
e Medicina da Família, para uma palestra sobre os desafios da ansiedade no meio
acadêmico. O evento proporcionou uma reflexão profunda sobre o impacto da saúde
mental na rotina de estudantes e docentes.
Durante a palestra, a ansiedade foi abordada como um dos
problemas emocionais mais comuns no ambiente acadêmico, podendo ser natural e
funcional ou patológica e debilitante. Quando dentro de limites saudáveis, atua
como um mecanismo de alerta diante dos desafios do dia a dia, mas quando se
torna excessiva, compromete o sono, os relacionamentos e o desempenho
acadêmico. Um dos fatores destacados como gatilho para a ansiedade foi o uso
excessivo do celular. A hiperconectividade dificulta momentos de descanso e
favorece pensamentos acelerados, interferindo na capacidade de concentração e
na qualidade do sono. Como alternativa, a Dra. Leonária sugeriu estratégias como
controle de notificações e uso de aplicativos para monitoramento do tempo de
tela, ajudando a equilibrar o consumo digital.
Além do impacto da tecnologia, a médica enfatizou a
importância do autoconhecimento como ferramenta essencial para lidar com a
ansiedade. Identificar os sintomas e entender quando a ansiedade ainda pode ser
gerenciada ou quando requer acompanhamento profissional é fundamental. O apoio
psicológico foi citado como um recurso indispensável para a retomada do
equilíbrio emocional e para a melhoria da qualidade de vida. A palestra também
abordou os desafios enfrentados pelos professores, que lidam não apenas com
demandas burocráticas, mas também com a pressão emocional do ensino. A
sobrecarga prolongada tem gerado casos frequentes de adoecimento mental e
crises de pânico, o que evidencia a necessidade de autocuidado e suporte
adequado para os docentes.
Ao final do evento, Dra. Leonária reforçou a importância do
aprendizado presencial e da troca de experiências como forma de fortalecer a
saúde mental no ambiente universitário. Ela alertou sobre a falsa sensação de
conhecimento adquirida por meio de conteúdos rápidos nas redes sociais,
destacando que entender a ansiedade e saber lidar com ela exige mais do que
apenas informações superficiais.
“Vivemos acelerados, mas
talvez seja na desaceleração que reencontramos sentido”, enfatizou, deixando um convite à
reflexão e à reconexão com o essencial. O evento reafirmou a relevância de
discussões sobre saúde mental no meio acadêmico e a necessidade de iniciativas
que promovam o bem-estar de alunos e professores.
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