Espaço do leitor: Acima de qualquer suspeita
Médico e deputado estadual pelo Democratas/RS
A
vacinação que está em sua fase inicial no RS deve seguir um rito
pautado pelas cinco diretrizes básicas da gestão pública: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. No caso da
vacinação a legalidade se refere a valorização da lei e dos interesses
públicos acima dos privados, ou seja, pessoais, não podem pessoas serem
priorizadas perante outras por preferências pessoais; a impessoalidade
determina que a administração pública deva tratar a todos os cidadãos e
cidadãs sem discriminações oriundas de divergências ou convergências
políticas/ideológicas, simpatias ou desavenças pessoais; a moralidade
enseja que quaisquer comportamentos que visem confundir e/ou prejudicar o
exercício dos direitos por parte da sociedade será penalizado pelo
descumprimento do princípio em questão; a publicidade garante a
transparência na administração pública em divulgar quando as pessoas
serão vacinadas e quem será e/ou está sendo vacinado; e a eficiência que
deve ser o objetivo da boa administração.
Diante
disso esperamos que as listas de vacinação sejam públicas,
transparentes e com critérios claros, que aqueles dos grupos de risco
estejam priorizados, que os servidores públicos da saúde, segurança e
educação, que são os que garantem o acesso a cidadania, também sejam
prioritários, pois estão mais expostos e são chave no processo de
combate a pandemia e seus efeitos na saúde pública e na economia.
Igualmente, aqueles constantemente expostos ao vírus, sempre esquecidos,
como os que trabalham diretamente com os cadáveres profissionais do DML
e em funerárias sejam também priorizados.
Não
podemos aceitar que pessoas que não são dos grupos prioritários sejam
vacinadas neste primeiro momento, ainda mais por motivos políticos, ou
de simpatia partidária. Também não podemos aceitar que as listas das
pessoas a serem vacinadas não sejam públicas, acessíveis a todos pela
internet nos sites da administração pública do Estado e dos municípios.
Na
segunda (25) mais de 53,4 mil doses da CoronaVac chegaram ao RS, fazem
parte de um lote de 4,1 milhões de doses que o Ministério da Saúde
designou para o RS. O que dá conta de vacinar mais de 2 milhões de
pessoas, ou seja, essas vacinas cobrem somente os grupos de risco e
grupos prioritários, que se não forem realmente priorizados teremos
menor eficiência na vacinação. Isto tem que ser comprovado de forma
aberta e transparente pela gestão pública.
Como
disse Júlio César ao divorciar-se de Pompéia "Minha esposa não deve
estar nem sob suspeita" de onde o ditado: “A mulher de César não basta
ser honesta, deve parecer honesta”. Assim sobre o processo de vacinação
não pode restar nenhuma suspeita.
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